domingo, 17 de maio de 2015

4. O que deve acontecer, vai acontecer


O Livro das Revelações não considera que a História da Salvação tenha se abandonado ao arbítrio dos homens. 
De fato, Deus teria duas alternativas: 
  1. Ou deixar o Universo seguir seu curso livre (como argumentam os deístas), 
  2. ou manter-se dentro interferindo em tudo (como creem os teístas). 
Deus não pode, por sua natureza, afastar-se de sua criação, desta forma, uma vez que virou-se de sua absorção absoluta para criar os mundos, as coisas, as eras e tudo mais, criou para si uma história.

Veja: a História do Universo é a história de Deus. Sabemos que a história é um encadeamento de fatos embricados uns nos outros. Ela inicia-se, evolui e processa acontecimentos de todas as ordens. Estes acontecimentos são causa e efeito de fenômenos mundanos e metafísicos. Ao dizermos que Deus tem sua própria história, estamos condicionando esta história ao tempo do Universo. 

Certo é que a palavra "tempo" é uma metáfora para nossas apreensão psicológica de que as coisas estão mudando sempre. Não há nada imóvel no Universo e esta percepção nos angustia. O que fazer ante a "ditadura do tempo"? O que Deus faz diante deste déspota inexorável? Deus o controla, pois Ele é o único Ser Absolutamente Livre e Todo-Poderoso para controlar o Cronos.

Esta é a atmosfera do Apocalípse. Deus escolheu criar todas as ordens do Universo e permanecer dentro destas ordens, controlando fatos, eventos e decisões de anjos, demônios e homens. Nada passa "por fora" do juízo de Deus. Ele está assentado no Trono de Sua Majestade de onde jamais se levantou ou levantará. É seu Grande Trono Branco, diante do qual fogem todas as ordens físicas e temporais. A este Trono acorrem todos os seres bons e maus, em todas as gerações, por todos os séculos, eternamente.

Desta forma, fica claro que a "liberdade humana", da qual tanto nos ufanos, é provisória para uma Liberdade Maior, isto é, a Liberdade de Cristo. Mas a grande massa da humanidade faz mau uso de sua liberdade provisória e com isto, afasta-se de Deus. Afasta-se até o ponto que as correntes da vontade de Deus permitem. Em dado momento a corrente se encurta e Deus convoca a alma para voltar. 


Esta volta é trágica, sempre trágica. Acontece em meio ao Juízo de Deus, e o que tiver que acontecer para que esta alma volte, vai acontecer. É uma luta de liberdades: de um lado o infame pecador, do outro, o justo juiz. Um com a liberdade condicional, o outro com a plena Liberdade. O pecador resiste às suas cadeias e Deus aperta ainda mais o grilhão. O deve acontecer, vai acontecer. Não há outra discussão no Apocalípse. Grandes e pequenos são julgados, ainda que escondidos na escuridão do inferno ou na imensidão de tânatos (a morte). Os remidos voltam a Deus, o ímpios são acorrentados ainda mais...

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