sábado, 23 de maio de 2015

A hora da tentação

Fazer a leitura das Revelações tem se tornado labiríntico atualmente. São muitas vozes falando ao mesmo tempo, e cada uma falando algo diferente da outra. "A hora da tentação é um hebraísmo", dizem de cá; "é um período probatório" – dizem de lá; "é só para os ímpios" - gritam outros; "é para todos" – respondem alguns. 

Qual seria a leitura neotestamentária deste texto? Seria a dos pré ou dos pós-tribulacionistas? Seria dos idealistas ou dos preteristas? Em companhia de quem faremos a leitura? Dos apóstolos e profetas ou dos teólogos heresiarcas? Faremos saída exegese ou odienta eisegese? 

Ousemos pensar: A profecia está dentro de um contexto histórico específico. A igreja de Filadélfia está passando por tribulações nas mãos dos judeus. Estes são pedras de tropeço para o evangelho do primeiro século, mas os filadelfos resistem com fidelidade ao canto da sereia do legalismo. Assim, Cristo promete guardar os fiéis de caírem em tentações subsequentes que hão de vir. 

Estas tentações se tornaram freqüentes na história da cristandade e podemos até mesmo afirmar que no tempo que coincide com o fim, o ministério messiânico de Jesus alcançará o zênite, o píncaro da glória criacional. Todo o trabalho iniciado no Gênesis acabará na Revelação. Virá o sétimo dia, o descanso de todas as obras. Terão sido vencidos todos os adversários, não somente do primeiro, como de todos os séculos:

a. Os docetistas, os quais afirmavam que o  corpo humano de Jesus não passava de fantasma; que os sofrimentos e morte eram meras aparências. (Ou sofria e então não podia ser Deus, ou era verdadeiramente Deus e então não podia sofrer).
b. Os gnósticos sírios, que diziam ser Cristo um dos sete anjos;
c. Os gnósticos egípcios, que diziam ser Cristo uma emanação da Mente primogênita;
d. Os gnósticos judeus, que diziam ter Cristo recebido o Espírito no batismo e perdido na cruz;  
e. Os marcionitas, que negavam ser Cristo filho do Deus vetero-testamentário;
f. Os monarquistas patripassianos, que diziam ser Cristo o próprio Pai morrendo na cruz;
g. Os monarquistas sabelianos, que afirmavam serem Pai, Filho e Espírito Santo a mesma pessoa com nomes cronológicos diferentes;
h. Os arianos, que negaram a divindade de Cristo;
i. Os apolinaristas, que afirmavam ter a divindade supremacia sobre a humanidade de Jesus;
j. Os nestorianos, que fundiam as duas naturezas de Jesus em uma, surgindo um Cristo híbrido, nem Deus - nem homem.
k. Os eutiquianistas, que afirmavam ter Cristo somente uma natureza após a encarnação. Ele tornou-se Deus humanizado.
l. Os liberalistas, que ensinam ser Cristo uma personagem mítica, idealizada pela cristrandade em torno do Jesus histórico. 

Quantas outras tentações de anticristos vão se levantar, não sabemos. Estas já foram vencidas. O Evangelho prevalece sobre a Heresia, Cristo sobre Satanás e a Igreja sobre o Inferno. A batalha iniciada no Édem terminará no Armagedom, tendo a serpente sua cabeça esmagada debaixo de nossos pés [Rm 16.20].

O Juízo Final

A bendita esperança dos crentes está na consumação dos séculos, no momento em que Jesus Cristo retornar acompanhado de seus anjos. Por ocasião da parusia, a orquestra celeste executará o cântico do Cordeiro enquanto o arcanjo Miguel solta sua voz pelo universo. 

Cristo glorificado surge a olhos nus em pleno cenário mundial e a cegueira dos olhos de todos os seres será retida. À voz de seu comando, vivos e mortos formarão uma só multidão de ressuscitados. Não há lugar para as coisas passadas, nem para os céus de agora, nem para a terra que conhecemos. Toda a humanidade estará no além, fora das dimensões deste tempo e espaço. 

De olhos fitos, os homens contemplarão Jesus aproximando-se particularmente de cada um, à semelhança dos querubins alados os quais "corriam, e voltavam, à semelhança de um clarão de relâmpago" (Ez 1.14). A primeira impressão será de que Jesus se mantém assentado em um Grande Trono, contudo, a maior sensação será a de nudez completa e absoluta ante seu olhar como chama de fogo (Ap 1.14). 

Ao mesmo tempo, esperança e desespero se apossarão de toda a humanidade, porquanto "todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele" (1.7). Como num piscar de olhos, toda a humanidade será levada à presença do ingente, do inefável, do inabarcável, do incognoscível, do indescritível, do impensável, do invisível, do Eterno D'us. Não vendo ninguém além d'Ele, não sendo por ninguém visto além d'Ele, o homem só com Deus passará por uma entrevista de vida ou morte. 

Ao passo que tudo depende daquele momento (em que nada está decidido por antemão, nem salvação nem perdição), nada poderá ser acrescentado em defesa ou acusação. Ante Deus o homem sustentará pela primeira vez a verdade plena de suas escolhas e preferências. Até àquela hora tudo era disfarce e justificativa vazia, mas naquele instante o mentiroso deixará de existir. O próprio Deus conterá o impacto de sua presença para não intimidar o entrevistado. Não deixará o réu em situação de absolvido ou condenado até a ultima palavra de confissão e testemunho. 

O homem falará ao invisível, como numa solitária, como no deserto, como no espaço. Não ouvirá ecos ou vozes. Sentir-se-á vazio e abandonado, solitário e esquecido. Passará em revista sua vida pregressa, e isto por tantas e tantas vezes que até perderá as contas. Vasculhará sua mente e coração procurando detalhes esquecidos (ou escondidos) e os trará a tona, confessando-os de novo, e de novo, e de novo...  

De repente, com a impressão de haver passado um eternidade, não havendo passado mais que um momento, o salvo ouvirá outra vez a voz de Cristo ressoando o convite para o reino preparado desde a fundação do mundo. Quem não ouvir está voz, não passou na entrevista.  Agora, sem aquela sensação de medo e angústia, os salvos conseguirão olhar para Jesus e os demais irmãos, alegrando-se com a vitória sobre a morte e o inferno. 

Tendo seus olhos livres de toda a lágrima conseguirão contemplar a glória de Jesus em toda sua completude. Nenhum dos salvos imaginava os novos céus e a nova terra como agora estão vendo. Faltou tinta à pena do poeta e palavra ao glossário do pensador; faltou imaginação no coração do dramaturgo e inspiração na alma do ator; faltou símbolo ao hagiógrafo e argila ao escultor. 

Nada do que se pensou existir antes foi encontrado ali – simplesmente, o paradisíaco de outrora foi aperfeiçoado pela glória da eternidade. Cidade Santa, Jerusalém Celestial, Pedra Preciosa, Água da Vida, Árvore da Vida ou Livro da Vida são outros nomes para Jesus, são sinais de sua Pessoa.  Os novos céus e a nova terra representam a nova existência que os salvos encontram em Cristo. Não se tratam de lugares que possam ser cartografados pelos geógrafos os explorados pelos astrônomos.

A Humanidade no Apocalípse

E virei-me para ver quem falava comigo.
E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;
E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem,
vestido até aos pés de um cinto de ouro. Apocalipse 1:12-13

Ao nos virarmos para a Antropologia do Apocalipse, encontramos a primeira referência ao Filho do Homem. Ele está centrado entre os sete castiças, iluminado em plenitude pelo Espírito de Deus. Não há sombras! Nada a esconder ou se ocultar. É o ἀποκάλυψις ἰησοῦ χριστοῦ (revelação de Jesus Cristo) no qual "Nada há escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido" (Mt 10.26, NVI). 

Sua primeira aparição é em semelhança ao ser humano, pois "era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2.17). Embora esta semelhança não se reduza ao aspecto corporal, neste primeiro momento é importante fixarmos este marco. A humanidade tem sua origem a partir da imagem e semelhança de Deus.

O homem é "imagem e semelhança" de Deus. Os termos hebraicos são tselem e demut. […] Os termos parecem sinônimos ou uma repetição para reforço (não aparece no texto hebraico o vav, partícula que corresponde à nossa conjunção e, com a função de conetivo) e indicam a diferenciação entre o homem e o restante da criação. […] No grego, a melhor tradução para tselem e demut seria "escultura". Olhando-se a escultura poder-se-ia ter uma noção do modelo. A escultura buscaria ser uma representação do modelo". (ISALTINO, 2001, p.6-7).

O Filho do Homem é esse modelo de humanidade, é dele que tomamos a semelhança e, paradoxalmente, a quem emprestamos semelhança. O termo volta por várias vezes para fazer aproximação entre e a visão que João teve e a descrição que ofereceu, ou seja, semelhante ao filho do homem (1.13), a jaspe (4.3), a uma vara de medir (11.1), a um leopardo (13.2), a um mar de vidro (15.2), a voz de uma grande multidão e ao vidro puro (21.18). 

Ao ser arrebatado em espírito, João passou por uma experiência idêntica à de Paulo que também "foi arrebatado ao paraíso e ouviu coisas indizíveis, coisas que ao homem não é permitido falar (2º Co 12.4)". É indizível por serindescritível, forçando João a recorrer a uma linguagem de comparação. Seria no dizer de Kant o fenômeno em relação ao noumeno, ou, a coisa como se apresenta e a coisa-em-si.

"o sujeito pode conhecer a prioriunicamente os fenômenos, mas não as coisas em si, ou seja, em linguagem kantiana, os noumenos. O centro da argumentação é o seguinte: uma coisa é a realidade tal como ela é, e outra coisa é a maneira como essa mesma realidade aparece diante de mim enquanto sujeito do conhecimento. A realidade, tal como ela é, em sua essência (noumeno) é incognoscível, ou seja, não podemos conhecê-la. Contudo, eu posso conhecer o modo como ela me aparece (fenômeno), posto que o modo de seu aparecimento não dependerá só dela, mas de mim também. Portanto, jamais conhecemos as coisas em si (noumeno), mas somente tal como elas nos aparecem (fenômenos)" (YAZBEK)

Neste caso, o noumeno é Jesus. Ele é indescritível, mas se fenomenaliza por assemelhar-se ao humano. Pensar assim seria quase parear com o gnosticismo doceta pois "afirmava que o corpo humano de Cristo não passava de fantasma" (BETTENSON, 2001, p.77). Não é isto que o símbolo propõe. Jesus semelhante ao filho do Homem revela que a origem da humanidade não está no Édem, em Adão, mas em Cristo, o primogênito de toda a criação (Cl 1.15). 

O Filho do Homem é antes de todas as coisas, assumindo a plenitude da natureza humana em si mesmo. Este artigo de fé foi expresso no símbolo de Calcedônia em 451 AD, após muita controvérsia entre apolinaristas, nestorianos e eutiquianos. Estes três grupos formaram o tripé de discussões sobre a humanidade e a divindade de Jesus, levando a igreja a um concílio onde expressa:

"Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma racional e de corpo; consubstancial ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da virgem Maria, mãe de Deus; Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu". (BETTENSON, 2001, p.101).

Antes de Gênesis 2.26 (façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança), temos Colossenses 1.16 (pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele). Esta hierarquia de anjos foi criada antes de Adão, junto com a casta dos quatro seres viventes que estão ao redor do Trono de Deus (4.6), inclusive "o terceiro [que] tinha rosto como de homem" (4.7). Se tinha rosto semelhante a homem mas foi criado antes de Adão, a quem se assemelhava? Para elucidar o enigma leiamos o texto paralelo de Ezequiel:

Apocalipse 4.7

 O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia em voo.

Ezequiel 10.14
Cada um dos querubins tinha quatro rostos: Um rosto era o de um querubim, o segundo, de um homem, o terceiro, de um leão, e o quarto, de uma águia.

Os querubins são anjos criados antes de Adão e que estão diretamente ligados ao Trono de Deus. O fato de terem forma, rosto e mãos de homem indica que possuem – também – natureza humana. Podemos inferir que os seres viventes de Apocalipse são querubins como em Ezequiel? Neste caso, concluiremos que Jesus criou a natureza humana antes de criar Adão e dotou, no mínimo, uma de suas castas angelicais desta natureza. Mais ainda, houve um de seus querubins cuja natureza humana ocasionou sua queda. Se pensarmos em Lúcifer como um anjo de natureza humana, podemos compreender o símbolo das sete cabeças que o dragão possui. 

Sete é símbolo de perfeição e cabeça representa sabedoria, portanto, Lúcifer era o querubim perfeito em sabedoria, conforme Ezequiel 28.12. Mas uma de suas cabeças foi ferida de morte (Ap 13.3), e sua sabedoria se corrompeu. A tradição bíblica interpreta Ezequiel 28.1-19 como revelando a queda deste querubim protetor que andava entre as pedras afogueadas. O texto começa dizendo:

"No orgulho do seu coração você diz: ‘Sou um deus; sento-me no trono de um deus no coração dos mares'. Mas você é um homem, e não um deus, embora se considere tão sábio quanto Deus" (v. 2).

Logo depois ele é tratado como "o querubim guardião" cujo "coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza" (v. 17). Tamanho orgulho o fez desdenhar de sua natureza humana, ao ponto dizer em seu coração: "Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo" (Is 14.13). 

Mas a consequência do orgulho foi sua queda e a humilhação de ouvir: "É esse o homem que fazia tremer a terra, abalava os reinos, fez do mundo um deserto, conquistou cidades e não deixou que os seus prisioneiros voltassem para casa?" (Is 14.16-17). Este querubim está aparentado com os homens, e o próprio Jesus o chama de "príncipe deste mundo" (Jo 12.31) e "homicida desde o princípio" (Jo 8.44). É o assassino da humanidade e "não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens" (Mt 16.23). Enfim, o diabo, a antiga serpente – que é Satanás – pertence a casta dos querubins com natureza humana. E semelhante a ele, existem, pelo menos, mais cinco desses anjos; quatro em Ezequiel e um no Apocalipse.

Olhei e vi uma tempestade que vinha do norte: uma nuvem imensa, com relâmpagos e faíscas, e cercada por uma luz brilhante. O centro do fogo parecia metal reluzente, e no meio do fogo havia quatro vultos que pareciam seres viventes. Na aparência tinham forma de homem, mas cada um deles tinha quatro rostos e quatro asas. Suas pernas eram retas; seus pés eram como os de um bezerro e reluziam como bronze polido. Debaixo de suas asas, nos quatro lados, eles tinham mãos humanas. Os quatro tinham rostos e asas, e as suas asas encostavam umas nas outras. Quando se moviam andavam para a frente, e não se viravam. Quanto à aparência dos seus rostos, os quatro tinham rosto de homem, rosto de leão no lado direito, rosto de boi no lado esquerdo, e rosto de águia. (Ezequiel 1.4-10)

Os demais querubins com natureza humana não pecaram, mas um antigo mito conta que outros anjos, de outra casta, pecaram e "deixaram sua própria habitação" (Jd 6). Qual foi este pecado? Judas compara o pecado destes anjos aos de Sodoma e Gomorra, os quais se entregaram "à fornicação como aqueles, indo após outra carne" (Jd 7). O silogismo é claro: tanto os anjos quanto os sodomitas cometeram pecados sexuais. Enquanto os sodomitas queriam abusar dos anjos (Gn 19.1-5), os anjos abusaram das filhas dos homens (Gn 6.2). Este mito se encontra no Livro de Enoque e no Testamento dos Doze Patriarcas:

Henoc 7.1-2
E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas. E quando os anjos, os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.

Testamento dos Doze Patriarcas
 Porque assim foram seduzidos os anjos antes do dilúvio. Porque de tanto observarem e admirarem as filhas dos homens, eles acabaram por cobiçá-las, de sorte vieram a conceber um perverso intento; e foi assim que eles assumiram a forma dos humanos, e apareceram as mulheres como quando elas se encontram com os seus maridos.

O pecado destes anjos está ligado à raça dos humanos. Raça que o Apocalipse trata como de homens maus (2.2), que matam uns aos outros (6.4), mortais (8.11), sem Deus (9.4), procuram a morte e desejam morrer (9.6), são atormentados (9.10), adoradores de demônios (9.20), destinados ao fogo (16.8), agoniados (16.10) e blasfemos (16.21). 

Embora tenha origem em Gênesis 1.27, sua descendência somente nasce a partir de Gênesis 4.1 (Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: "Com o auxílio do SENHOR tive um filho homem"). Isto localiza a humanidade como uma raça caída, que não experimentou a inocência do Édem e gerada sob os auspícios da malignidade do diabo. Caim –o primeiro filho de Adão –pertencia ao Maligno (1ª Jo 3.12) sendo portanto, filho do diabo. 

Mas o Apocalipse também fala dos filhos de Deus. Homens comprados para Deus de toda tribo, língua, povo e ação (5.9), selados (9.4), primícias para Deus (14.4) e povo de Deus (21.3). "Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (7.14), "os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" (Jo 1.13), regenerados pela Palavra (1ª Pe 1.23) e pelo Espírito (Jo 3.8), gente que "ele [...] resgatou do domínio das trevas e [...] transportou para o Reino do seu Filho amado" (Cl 1.13), "felizes e santos que participam da primeira ressurreição!" (Ap 20.6).

Portanto, a origem da humanidade está imbricada com a eternidade do Filho de Deus, a criação dos anjos, o pecado de Adão e o Novo Nascimento. Enquanto que os nascidos de Deus são criados pela Palavra, em semelhança do Verbo, os filhos do diabo são gerados na queda. São duas castas de humanos – tragicamente irmanadas – identificadas na parábola do joio e do trigo como sendo filhos do Reino e filhos do Maligno (Mt 13.38). Separados para o céu ou para o inferno, eternamente destinados para a vida ou morte, santidade ou pecado, perdão ou condenação, luz e trevas, paz e pavor, Deus ou, ou...

Referências Eletrônicas






1. Primeiros temas do Apocalípse

 Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João, seu servo;

Apresentação
Amigos e Irmãos, estou disponibilizando alguns vídeos com "Entradas no Livro das Revelações". Espero, em Cristo, que façamos da Internet um Monte Sião, para onde os povos concorram em busca da Palavra de Deus, e a encontre. Paz seja com todos.São doze vídeos de curta duração onde pensamos o primeiro versículo do livro das Revelações. Os temas são: humilhação, revelação, inspiração, iluminação, Jesus, Calcedônia, Deus, Servos, Esperança, Anjos, Cristofania e João.

Humilhação
O Apocalípse é a Casa de Jesus. A porta se abre no céu e convida a entrarmos. De início vemos o Trono de Deus, os Seres Angélicos, o Presbitério, o Cordeiro, os Selos, as Trombetas e Taças. Por fim, depois da derrota final do diabo, vemos o Grande Trono Branco e Cidade Santa, além do Paraíso de Deus. Tudo isto nos põe em nosso devido lugar, humilhados ante a Grandeza do Reino de Deus.

Revelação
Penso desta forma: Nenhum humano pode sequer "olhar" para o livro da Revelações, pois ela requer dignidade (coisa que nos falta). Ocorre, porém, que o Cordeiro é digno de abrir o livro. É a ele que Deus entrega o apocalipse, a revelação e Ele a seus servos. Daí, sem dignidade pessoal, mas dignificados por Ele, recebemos os oráculos de Deus. Mas recebemos em sonhos, visões e profecias, Tudo nos vem "em mistério, em enigma, envolvido em metáforas". Neste caso, as Escritura é um milagre de Deus, enviado por revelação a homens selecionados para escrevem o inefável, o impensável, invisível, indescritível e incrível, e tudo isto, em linguagem dos homens.

Inspiração
Pense em Deus respirando. Seu hálito está no ar. Alguém toma a caneta e se põe a escrever. Deus sopra sobre o escritor, suas idéias se clareiam, seus pensamentos se expandem, sua imaginação se expande, a criatividade se agiganta, o vocabulário desconhece fronteiras. Isto é "inspiração", o profeta está inspirando o ar de Deus, o sopro, o hálito, as ideias e palavras de Deus. Está em êxtase, mas não inconsciente. Está lúcido e cônscio de suas limitações. Vai escrever as batalhas sangrentas de seu povo, citar cidades e personagens. Dará locais e datas, tudo circunscrito a seu tempo e lugar. Deus continua respirando sobre ele, naquele momento, e o direciona a escrever os relatos, profecias e ensinamentos. Isto é inspiração. Mas surgem erros de grafia, contradições de relatos, inexatidão nas datas e confusão de nomes. Isto não interfere na inspiração... Deus continua respirando sobre o profeta, iluminando suas ideias e IMPEDINDO que erros de doutrina sejam inseridos no texto. Mas há doutrinas contraditórias nas Escrituras! Não, A revelação é progressiva e cumulativa. Primeiro os rudimentos, os fundamentos, os primórdios - depois, as estruturas, as paredes e o refinamento. Paciência, e as Escrituras falarão por si.Não o fato, mas o escrito é inspirado, e n'alguns casos, a interpretação, como no caso de Jeremias. Ele viu um vara e Deus disse o significado da visão. Quanto a Paulo, está falando em retórica, por que ele diz que o mandamento é dele, mas ele cuida que tem o Espírito de Deis. A inferência é esta: se tenho o Espírito, meu mandamento é dele. Muitos fatos aconteceram fora das Escrituras, mas não receberam inspiração ao serem contados, ou, se perderam (apesar de inspirados). Que é mais fácil? Aceitar que os homens perderam a arca da aliança ou imaginar racionalmente a arca como cópia de arcas pagãs, digo, preferível é confessar que perdemos muito material inspirado por conta de nossa negligência que abrir ao ocaso, fragmentando a bíblia em trechos inspirados e outros espúrios. Nossa bibliologia deve "com urgência" retomar a piedade do pais, que tratavam a palavra como ela é, Palavra de Deus. Paz.

Iluminação
Em um texto antigo Orígines confessou que ficamos cegos diante das Escrituras. Como se dá isto? Me lembro que em 1994 tive uma visão enquanto orava. Eu olhava em direção ao céu tenebroso, muito escuro, tão escuro que nenhuma faísca de luz podia ser vista. De repente um livro com capa de couro e letras douradas veio em minha direção. Ele se abriu diante de meus olhos e uma luz resplandecente irradiou pelo universo. Tão ofuscante foi a luz que não consegui enxergar mais nada. Aí está! Ficamos cegos diante das Escrituras devido a pureza e excesso de iluminação que ela irradia. No simples versículo de João 3.16 lemos: "Deus amou o mundo". Aqui há tanta luz, tamanha iluminação que não conseguimos enxergar o amor de Deus, ficamos abacinados, encandeados, cegos. Que fazer então? Pedir a Deus que nos abra os olhos? Sim.

Jesus
Cristo está revelado no Apocalipse, mas também está velado. Isto significa que paradoxalmente ele se mostra e se esconde ao mesmo tempo. Exemplo clássico está no capítulo quatro, onde Jesus se apresenta no fim do capítulo como o Cordeiro de sete pontas. Ele está presente desde o primeiro versículo. Ele e o Pai estão assentados no Trono. As quatro criaturas são cristofanias, representações de Jesus. Cabe-nos entender que Jesus é o centro das revelações e está presente em todos os símbolos e eventos do Apocalípse.

Calcedônia
Até hoje nos embatemos com a fórmula cristológica do concílio de Calcedônia. Pleno Homem e Pleno Deus. Duas naturezas e uma só pessoa. Jesus Cristo! É matéria de fé, somente fé. Mas a ênfase da Igreja Evangélica Brasileira recai sobre "divindade" de Jesus. Tanto é assim, que se esvaziarmos o pote dos sinais, prodígios e maravilhas que acompanham nossa pregação, os evangélicos deixam de frequentar os templos. Se enfatizarmos a humilhação do Verbo de Deus e sua fraqueza os evangélicos começam a se escandalizar. Por outro lado Jesus é Deus de milagres, e os sinais acompanham sua Palavra. Que fazer? Cruz e Trono. Pleno Deus e Pleno Homem.

Deus
Pensamos em Deus à partir de metáforas. Usamos títulos, atributos, nomes, antropomorfismos e antropopatismos em uma tentativa de aproximar o intelecto e o Criador. O conceito de Deus apresenta o problema do paradoxo, pois Ele é transcendente e está absolutamente distante do Universo, mas também é imanente, estando presente em cada molécula existente. Não fosse por Jesus, este abismo insondável jamais se aproximaria de nós. Este é o mistério a ser revelado!

Servos
Nossa geração precisa re-tomar o sentido do serviço a Deus. Como as posições de comando e liderança dão ibope e reconhecimento público, a missão de servir ganhou outra conotação em nossas mentes. Ainda que venhamos a crescer ante os homens e assumir postos nas hierarquias, nunca, nunca e nunca devemos esquecer que o "Filho do Homem" não veio para ser servido, mas para servir". E que o servo não é maior que seu Senhor. Se Cristo é servo, por que seremos senhores?

Esperança
Será que as promessas de um Reino Messiânico Terrestre acontecerá, ou as profecias tinham um sentido figurado? Creio no Milênio, onde a humanidade será governada por Cristo e sua Igreja à partir da 2ª Vinda, com a conversão dos israelitas, a ressurreição dos mortos, o arrebatamento dos salvos e a prisão de satanás. Há esperança!

Anjos
A cultura judaica era fanática pelo culto aos anjos. Os gregos e romanos também idolatravam seus heróis e deuses. A igreja convive não com as lendas e mitos greco- judaicos, mas com a presença constante dos anjos. Vez por outra se revelam, com mensagens os sinais de Deus. É bem mais fácil aos cristãos caírem na idolatria que qualquer outra religião. Convivemos com o sobre-humano. Deus ouve nossas orações e responde com sinais e milagres. Se urgirmos um lenço, ou carteira, rosa, roupa ou qualquer objeto (água) acontecem coisas inexplicáveis, como curas e libertações. Daí, corremos constante tentação de cairmos em idolatria e fetichismo. Agora pensemos em um anjo conduzindo de dia e de noite um povo, em nome de Deus? Que honra não lhe cabe?Nosso Deus nos revelou a existência de cinco castas de anjos: Serafins, Querubins, Anjos, Arcanjo e "seres viventes". Estes foram classificados em Principados e Potestades, Tronos e Dominações. Formam a coorte celestial. Difícil de entender, mas os anjos entram e saem de cena no livro das Revelações. Voam em torno do trono, ouvem e respondem orações, entoam louvores, selam os salvos, batalham contra o diabo, o prendem no abismo, enfim, estão presentes em toadas as ordens da Criação, desde o trono de Deus até o Juízo Final. Nestes últimos dias está sendo conferido aos cristãos uma compreensão profunda sobre o ministério destes seres junto aos homens. É só imaginar uma das visões de João em que ele viu um anjo no Sol, determinando que abrasasse os inimigos de Deus. Pense: o Sol é GIGANTESCO e fonte de luz. Para que um anjo possa ser "percebido" no Sol, é preciso que seja "MUITO GRANDE", pelo menos do tamanho do planeta JÚPITER, o maior de todos. E mais: ou é um Anjo Tenebroso, sem luz alguma e pode ser iluminado pelo Sol, ou um Anjo Resplandecente, ainda mais que o Sol, que escurece o Sol, a ponto de poder ser visto...

Cristofania
O anjo que apresentou o Apocalipse a João quase foi idolatrado, em pleno céu! Por quê? Por ser um representante uma cristofania. alguém que mostrava a Jesus com excelência e grandeza. Isto é uma tentação a qualquer servo de Deus. Receber glórias humanas, aplausos, elogios e deixar que isto envaideça seu coração. Embora seja difícil conviver com honras e não cair na condenação do diabo, é necessário que assim seja, isto é, que sejamos grandes em nossas fraquezas, e frágeis em nossa grandeza. Ao menor sinal de vaidade, o servo de Deus deve policiar-se. Receba os louros da vitória, mas dê glórias a Deus. Agradeça os elogios e apanágios, participe das recepções e condecorações, depois vá ao livro de Jó e leia como ele sacrificava a Deus em favor de seus filhos. É um exercício espiritual - ser anjo e servo, exaltado e humilde.

João
João, o gigantesco apóstolo da Ásia não se vangloriou de sua importante posição no Reino de Deus. Apresentou-se como um sofrido servo de Jesus, companheiro das aflições. Esta é a razão primária para que recebesse o Apocalípse. É dito nos Evangelhos que "ao que tem será dado, e terá em abundância". O que fazer para receber mais de Deus? Não gloriar-se na aparência, ou títulos, ou obras feitas. Tudo o que é feito em Deus, deve ser escondido em Deus. É indecente nos gloriarmos daquilo que "nem é nosso", é como tirar foto diante de uma mansão, postar e dar a entender que é sua, mas em verdade, morar à beira do córrego. Como servos (escravos), nada possuímos, nem a nós mesmos. Tudo quanto fazemos, o fazemos por que nosso Senhor nos permite. A cena é esta: "meu senhor, posso ir visitar meus irmãos? - Sim, pode ir. - Meu senhor, posso dormir mais cedo? Não!"

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  • Questões a seres levantadas
  1. Pessoas humildes podem não se humilhar?
  2. As revelações podem ser ocultadas?
  3. A inspiração divina está restrita às Escrituras?
  4. A iluminação da mente pode se dar por estudar as Escrituras?
  5. Qual a diferença entre Cristocentrismo e demais "centrismos"?
  6. A cristologia pode abrir espaço para a filosofia?
  7. A teologia nos aproxima ou distancia de Deus?
  8. O Serviço Cristão restringe-se à Igreja?
  9. O reino do Messias já se iniciou ou só no milênio?
  10. Os anjos podem se transfigurar em cristofanias?
  11. As cristofanias se encerraram ou continuam?
  12. João morreu após o Apocalipse ou continua entre nós?

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Graça, Paz e Misericórdia

Professor Rogério de Sousa

O silêncio no céu

O céu é Jesus! Ele está em silêncio enquanto os santos oram. Ele está atento às palavras que sobem aos céus, e também seus anjos guardam silêncio ante as preces dos homens. Tudo o que se diz em segredo de oração será
recompensado publicamente. (Estou feliz em saber disto). As orações são valiosas diante de Deus, pois são postas em incensários de ouro. Existe toda uma solenidade e cuidado sacerdotal ao ouvir confissões e súplicas. Até os músicos guardam silêncio em reverência ao ministério da oração. Aleluia!

A transcendência do ministério de Jesus exige uma grande diversidade cristofânica. Neste livro, por excelência, a cristofania se faz por intermédio de anjos. É o anjo quem traz a revelação a João, no entanto, ele se apresenta como Jesus do inicio ao fim. Depois Jesus é visto em símbolos da natureza e dos animais viventes. É visto em números e cores, em instrumentos e fenômenos. 

Aqui, é visto como "o outro anjo", aquele que incensa as orações com brasas do altar (outros símbolos de sua pessoa). Cristo é o ministro de todas as coisas, tanto das que estão no céu quanto as que estão na terra. Ele enviou seu Espírito por meio do qual clamamos Aba, Pai, e que também intercede por nós. Não há outro por meio de quem possamos orar e sermos ouvidos, pois ele é a pessoa mais próxima do Pai, e vive para interceder por nós. 

Como dito anteriormente, "Ele está em silêncio enquanto os santos oram. Ele está atento às palavras que sobem aos céus".  PS: é de grande nota entender o símbolo do "olho" e da "visão" neste livro. Além da palavra "vi" aparecer cerca de quarenta vezes no apocalipse, ainda temos quatro animais cheios de olhos por dentro e por fora.


5. O tempo está próximo

É fato que o Livro é uma revelação, mas não do futuro em si, e sim, das coisas que hão de acontecer na vida de Jesus. O futuro como fenômeno histórico pouco interessa a João, mesmo por que a concepção de tempo no apocalipse não é a mesma que temos. 


No português não encontramos distinção entre tempo e tempo, mas no grego, língua em que o Apocalipse foi escrito, a palavra tempo não é cronos (tempo do relógio) e sim, kairós (tempo qualitativo). 

Assim, em 12.12 lemos "Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco καιρὸν" e em 12.14 lemos "foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um καιρὸν καὶ καιροὺς καὶ ἥ µ καιροῦ, fora da vista da serpente". 

Que significa tudo isto? Que a revelação de Jesus Cristo não é um fenômeno temporal e histórico, e sim, atemporal e anistórico. Jesus Cristo e sua igreja não são deste mundo (João 17.14). Ambos estão unidos no Espírito Santo dentro de estruturas ultra-mundanas. Quando o apocalipse diz que o kairós está próximo está identificando algo novo: está dizendo que a ocasião de Deus agir na história humana está ao alcance de todos. 

Embora para nós exista uma divisão na vida entre o passado e o futuro, para Deus o tempo não passa, isto é, não é medido pelo calendário. O tempo para Deus é de caráter ocasional ou qualitativo. Eu digo que passaram dois mil anos. Mas para mim estes dois mil anos não existiram, por que não os vivi. Assim, também, o ano de 2016 não existe para nós, por que ainda não o vivemos. 

É assim que Deus vê o tempo, como ocasião de nascimento e relacionamento com seres humanos específicos. Eu não existia a cem anos atrás, então Deus não se relacionava comigo, mas o fazia com meus avós e pais. Eles se importaram em buscar a Deus? Penso que não, por que eles viveram apenas o cronos, o tempo de algumas décadas. O cronos está morto e os que nascem nele e vivem para ele, são devorados por ele. 

O kairós é a porta da eternidade aberta no cronos. É Deus fazendo o impróprio, se relacionando conosco por sua bondade e graça.Quando Deus diz que o tempo está próximo não está falando sobre o fim do mundo, pois ele acabou na sexta-feira da paixão. 

Assim como o mundo de Noé acabou no dia em que ele entrou na arca, este mundo terreno acabou no dia em que Jesus expirou na cruz. Assim como Sodoma e Gomorra foram destruídas no dia em que Ló deixou a cidade, também este mundo foi destruído no dia em que Jesus o deixou e foi para a glória. Este mundo é o mundo dos mortos que enterram seus mortos, que nos odeia, mas ama o que é seu.

Os Sete Selos

Os sete selos descrevem movimentos que caracterizarão a era ou dispensação inteira, desde a ascensão até o regresso glorioso de Cristo. 

São visões de paz e de guerra, de fome e de morte, de perseguição à igreja e do juízo de Deus sobre os seus inimigos. À medida que os selos são abertos no céu, efeitos tremendos acontecem na terra. O céu comanda a terra. Jesus abre os selos. Está encarregado de todo o programa. A história está em suas mãos. Nos primeiros quatro selos vemos a ira de Deus misturada com graça. Mas a partir do sexto selo, há o derramamento da ira sem mistura de Deus. É o dia do juízo.

1º Selo = E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer;É Cristo em sua encarnação, coroado para vencer neste mundo firmando a nova aliança;

2º selo = E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada;É Cristo em sua pregação pondo as famílias em dissensão por sua causa. Como diz o evangelho: "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra, e assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim".

3º selo = E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão.  E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.  É Cristo alimentando os famintos não com a comida que perece, mas com a que permanece para sempre. É o cumprimento de Amós 8.11: "Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR". É o ensino do Senhor quando expulsa Satanás citando Deuteronômio 8.3: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus".

4º selo = E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.É Cristo, o que vive e foi morto, mas eis aqui está vivo para todo o sempre. Amém. E tem as chaves da morte e do inferno. Por intermédio de seu evangelho ele salva três quartos dos habitantes do mundo (em todas as gerações?), e deixa a quarta parte morta.

5º selo = ...vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.É Cristo que foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção (1ª Co 1.30). Ele é o altar, a veste e o descanso dos santos martirizados em meio à Grande Tribulação que se iniciou no Calvário e terminará no Armagedom...

6º selo = olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;  E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.  E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?  É Cristo desde o momento que bradou na cruz até o instante em que ressurgiu dos mortos. Há uma criação poética no texto demonstrando cenas de conversão dos pecadores. 

SEI QUE NESTE PONTO NÃO ESTOU SEGUINDO A INTERPRETAÇÃO MAIS CORRENTE, MESMO POR QUE ENTENDO QUE O APOCALIPSE É UMA REVELAÇÃO SOBRE A PESSOA DE CRISTO, NÃO SOBRE A CRONOLOGIA DA HISTÓRIA MUNDIAL. ELE DEVE SER ENXERGADO EM CADA SÍMBOLO AQUI UTILIZADO, SEJA NUMÉRICO, SEJA ALGÉBRICO, SEJA PARABÓLICO, ETC. É DELE QUE FALA CADA SELO, É DELE QUE FALA CADA TROMBETA, É DELE QUE FALA CADA SELO. NADA QUE TENHA SIDO REVELADO AQUI CONTRADIRÁ O EVANGELHO QUE O TROUXE A NÓS. FOI POR SEU EVANGELHO QUE ELE MORREU E SUAS TESTEMUNHAS FORRAM MARTIRIZADAS. 

É O EVANGELHO ETERNO, A PALAVRA DE DEUS IMUTÁVEL. SE EM SUA EPIFANIA ELE TROUXE REDENÇÃO AOS PECADORES, SUA PARUSIA NÃO TRARÁ DESTRUIÇÃO. SE VEIO PARA SER O CORDEIRO QUE TIRA O PECADO DO MUNDO, NÃO SERÁ O CORDEIRO QUE TRAZ DE VOLTA ESTE PECADO, VINGANDO-SE VIOLENTAMENTE DAQUELES POR QUEM MORREU. A CHAVE DESTE LIVRO É O EVANGELHO DA CRUZ, E DEVEMOS REJEITAR QUALQUER TEOLOGIA QUE TORNE CRISTO UM VINGADOR RESSENTIDO, QUE DESPREGA NA ULTIMA GERAÇÃO TUDO OQUE PREGOU NA PRIMEIRA.

Quem é o Destruidor do Apocalípse?

Ap 9:11 

ἔχουσιν ἐπ αὐτῶν βασιλέα τὸν ἄγγελον τῆς ἀβύσσου ·

ὄνο µ αὐτῷ Ἑβραϊστὶ Ἀβαδδὼν καὶ ἐν τῇ Ἑλληνικῇ ὄνο µ ἔχει Ἀπολλύων


E tinham sobre si rei, o anjo do abismo;
em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom 
Temos presente neste versículo quatro fortíssimos símbolos da Revelação: *rei, *anjo, *abismo e Abadom. Cada um pode ser compreendido independente do outro, mas não quando contracenam juntos. O símbolo isolado em seu próprio universo tem um sentido, mas relacionado com outros ele se subordina ao contexto podendo tanto ganhar quanto emprestar força. Neste caso, o Abadom é fortalecido pelos demais e ganha peso teológico, significando com isto, que sua interpretação abriga algo da Revelação de Jesus. Se "em hebreu era seu nome Abadom e em grego Apoliom", no português é Destruidor
  • O comentário da KJA[1] explica que "em hebraico, o nome ‘Abadom' significa ‘Destruidor, traduzido como ‘Abismo[i]' em Jó 28. Aqui, a tradução vem da expressão grega ‘Apoliom', cujo sentido é o mesmo...".
  • A Bíblia de Genebra[2] acrescenta que "talvez se trate de uma alusão irônica a Nero ou Domiciano. Ambos se consideravam semelhantes ao deus grego Apolo".
  • O Novo Dicionário da Bíblia[3] identifica-o como "o anjo satânico do abismo (Ap 9.11), cujo nome em grego é dado como Apoliom, "destruidor", em hebraico, 'abadon significa "(lugar de) destruição" e é regularmente traduzido como tal em certas versões, no AT, para significar a região dos mortos — conceito familiar na literatura judaica posterior".
  • A Liga de Estudos Bíblicos[4] amplia a discussão ao identificar o anjo do abismo com "Satanás (12,3), cujo nome simbólico é Abaddon, ou Apollyon = exterminador ou destruidor";  
A interpretação generalizada que identifica o Abadom como agente do mal se deve à ligação feita entre a queda de Lúcifer e a estrela caída do versículo 1: (E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo). De fato, a Bíblia Vozes[5] comenta que "A estrela que cai do céu lembra Lc 10,18: a queda de Satanás". Por silogismo, somos levados a seguinte conclusão: 
  1. Uma estrela caiu do céu;
  2. A estrela simboliza um anjo.
  3. Lúcifer era um anjo;
  4. Lúcifer caiu do céu para a terra;
  5. Logo, a estrela do v. 1 seria Lúcifer, cujo nome em hebraico era Abadom
O problema deste silogismo está no restante da Revelação, a qual mostra o anjo do abismo, o Abadom, como um rei liderando o exército de atormentadores dos homens não assinalados por Deus, como comenta a KJA[6]. Estes mesmos homens também são atormentados com as pragas das do segundo "ai" (e não ousamos dizer que as duas testemunhas sejam agentes do demônio, como não ousamos afirmar que o terceiro "ai" seja uma penalidade contra os crentes). Seja notório que a Revelação acentua ter sido o nome do anjo primariamente hebreu, isto é, ele já fora revelado nas Escrituras Hebraicas, portanto, o Abadom de Apocalípse seria o mesmo Destruidor de Êxodo 12.23.Aquele destruidor era o próprio Senhor, por mão de um anjo, punindo os ímpios egípcios e depois, como lembra Paulo em 1ª Co 10.10, punindo os maus israelitas. Ainda em 1º Crônicas 21.15 o anjo do Senhor é chamado de destruidor e em Jeremias 15.8 o Senhor afirma estar trazendo o destruidor sobre os infiéis de Israel para puni-los por suas apostasias. 

Ao Abadom foi dada a chave do poço do abismo, ou, a autoridade para abrir e fechar o acesso do mundo abissal ao mundo terreno. Esta autoridade é exercida no Antigo Testamento exclusivamente por Deus. Em Gn 7.11 e 8.2  Ele rompe e cerra as fontes do grande abismo e em Gn 49.25 Jacó afirma que é o Todo-Poderoso quem abençoará José com as bençãos dos céus e do abismo. Em o Novo Testamento essa autoridade flutua para as mãos de Jesus, ao ponto de os demônios lhe rogarem para não serem expulsos para o abismo (Lc 8.31), o mesmo existente entre o seio d'Abraão e o Hades (Lc 16.26). Nos escritos de Paulo nos é revelado que Cristo esteve neste abismo durante sua morte (Rm 10.7), donde ressurgiu ao terceiro dia em seguida declarando que lhe fora dado todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18). Cristo detém toda a autoridade do universo, sobre todas as coisas, inclusive sobre o poço do abismo. É com a chave de Davi que são abertas e fechadas as portas no Apocalípse. É com autoridade que o Abadom reina sobre os homens maus e os atormenta. Quem é esse Abadom? Satanás? Não, pois na Revelação o Diabo é preso pelo Abadom. 

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo (20.1-3) 

            Esta é uma Revelação de Jesus Cristo. Ele é o Abadom, representado por um anjo, que reina com autoridade sobre os santos e os ímpios, preservando os fiéis e destruindo os maus. Isto é revelado no segundo "ai", no capítulo 11.18: "E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra". Tanto em 9.4 quanto aqui a destruição não atinge a terra, e sim, aos maus. Em 19.15 João afirma que "ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso", concordando com a visão do c. 5 onde o Cordeiro é centralizado junto ao Trono com autoridade para abrir o livro e desatar os sete selos. 

            Nesta Revelação os atormentados "buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles", isto por que o Abadom têm a chave não somente do abismo, como também da morte e do inferno (1.18). Ele controla o direito de viver ou morrer dos maus, e aqui, não lhes autoriza a morte. Os tormentos que os afligem é continuarem vivos, ainda que mortalmente feridos. Quem lhes causou o tormento não é um sádico, um malévolo, um homicida, é um Redentor. Estes ímpios estão sendo punidos pelas trombetas, não pelas taças, ainda lhes cabe redenção, caso se arrependam. Mas como dissemos no princípio, há uma interpretação generalizada que identifica o Abadom como agente do mal: Lúcifer, a estrela caída. 

            Os que enxergam na estrela caída a pessoa de Satanás estão fazendo uma leitura ético-antológica do símbolo. Entendem o "cair" como um lapso moral e existencial, não como um verbo que reforça a imagem do texto. Leia de novo: 

E o quinto anjo tocou a sua trombeta,
e vi uma estrela que do céu caiu na terra;
e foi-lhe dada a chave do poço do abismo 

            O verbo "cair" é impessoal. Sua função é emprestar força à imagem da estrela que vem para agir de forma devastadora na existência dos homens. A ênfase da Revelação não está neste verbo, mas na atividade da estrela que surge de forma meteórica, impactante e destruidora. A imagem de Cristo vindo dos altos céus às profundezas da terra foi poeticamente descrita por Zacarias em Lc 1.78 (Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou) e revelada por Jesus em Jo 6.38: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou". A resplandecente estrela da manhã desceu do céu, mas sua descida foi como a queda de um meteoro na vida dos ímpios. Sua vinda ao mundo trouxe tormento aos de vida errada, como se fossem picados por escorpiões e se encontrassem mortalmente feridos, como escreveu Al Hazzali: "Ninguém que caia doente de Cristo consegue se curar". 

            Outro problema quanto ao Abadom diz respeito à cronologia do evento. A partir de quando ele age, pois só aparece na quinta trombeta e atua por apenas cinco meses? Acontece que na Revelação de Jesus Cristo as cronologias são didáticas, e não literais. É preciso enumerar para poder explicar, dimensionar, aproximar por comparação. Assim, Cristo é o Abadom desde o Alfa até o Ômega, do princípio ao fim. Surge na quinta trombeta como Revelação cumulativa e progressiva, pois não poderíamos suportar a totalidade de suas revelações de uma só vez. Não conseguimos abarcar sua Revelação senão em partes. Quanto aos cinco meses, devem ser comparados com os quarenta e dois meses da ação de Satanás no c. 16.5. Enquanto o tormento causado pelo Abadom dura cinco meses, não provoca a morte e pode conduzir os maus ao arrependimento, a atividade de Satanás estende-se por quarenta e dois meses (88,1% a mais), provoca a morte dos santos e impede a possibilidade de redenção. Não há, portanto, uma circunscrição temporária para as atividades do Apocalipse, por que enquanto houver homem no mundo, há atividade de Cristo na terra. 

Admiráveis são tuas obras, Senhor,
Basta um pequeno enigma e nos confundimos,
Apenas uma letra nos pode separar de Ti e tudo o que és.
Dá-nos Luz, Sabedoria, Humildade e Verdade,
Obediência, Serviço e Honra Te devemos,
Maravilhosas são tuas obras, Jesus.

[1]NOVO TESTAMENTO. King James, Edição de Estudo. São Paulo. Abba Press: 2007. p. 607.
[2] BIBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. São Paulo. Cultura Cristã: 1998. p. 1536
[3] DOUGLAS, J. D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia São Paulo. Vida Nova. 2006: p. 21
[4] A BÍBLIA, Novo Testamento – volume VII. São Paulo. Abril Cultural: 1982. p. 279
[5] BÍBLIA SAGRADA. Rio de Janeiro. Vozes: 1986. p. 1459
[6] Os gafanhotos do Apocalipse têm uma Missão especial (no primeiros dos "Ais" – 7.3), não atacam os crentes nem devoram seu alimento favoritos (as folhas verdes), assim como ocorreu com os filhos de Israel durantes as pragas no Egito (Êx 8,22; 9.4,26; 10.23; 11.7).


[i] A Bíblia Vozes[i] explica que a palavra abismo "na tradução grega dos LXX e na Vulgata, traduz em geral o termo hebraico tehon, ‘Oceano', ‘as águas primordiais' ou ‘oceano primitivo' (Gn 1,2) da antiga cosmogonia semítica". Mas também significa ‘morada dos mortos' (Jô 38,16s; Sl 71,70), a prisão do demônio (Lc 8,31; Ap 9,1s), donde saem as forças hostis a Cristo (Ap 9,3-11; 11,7; 17,8) e para onde serão repelidos (Ap 20,1-3).

terça-feira, 19 de maio de 2015

6. Conceito de Revelação


O Apocalipse é uma Revelação que esconde Jesus, ou, Jesus se oculta no ApocalipseObserve que Nosso Senhor está onipresente no Livro Inteiro, mas oculto por traz dos símbolos, eventos e palavras aparentes no Texto joanino. 

Veja o exemplo do "anjo do abismo":

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
Apocalipse 20:1-3

Os símbolos presentes no texto:

  1. Um anjo
  2. Uma chave
  3. Um abismo
  4. Uma corrente, ou grilhão
  5. Um dragão, ou diabo
  6. Um selo
Até aqui nenhuma desordem. Mas no texto anterior, paralelo a este, lemos:

E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar.
E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.
Apocalipse 9:1-3

Os símbolos presentes no texto:
  1. Um anjo
  2. Uma trombeta
  3. Uma estrela
  4. Uma chave
  5. Um abismo
  6. Uma fornalha
  7. O Sol
  8. O Ar
  9. A terra
  10. Gafanhotos
  11. Escorpiões
As perguntas que devem ser feitas são estas:
  1. Onde Jesus está nestes dois textos;
  2. O que está acontecendo, qual ação está se desenvolvendo;
  3. A que tempo se referem ambos os eventos;
  4. Como os símbolos se comunicam;
  5. Por que existem coincidências de símbolos;
  6. Quem está envolvido no cenário de mabas visões.
Com estas perguntas em mente, fazemos a re-leitura dos textos, em paralelo e procuramos passagens correlatas dentro do restante do Apocalípse.

Textos Paralelos
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.



Passagens Correlatas
9:11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom.

11:7 E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará.
17:8 A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, ainda que é.

Conclusões
  1. Há um abismo, um poço sem fundo, onde se cai eternamente;
  2. Há um anjo, guardião do poço, cujo nome é Apoliom, Abadom, o Destruidor;
  3. Este anjo é uma estrela que desce, ou, cai do céu;
  4. Como guardião ele tem a chave do poço;
  5. Como guardião ele tem uma grande corrente e um selo;
  6. Ele prende o dragão! Ele vence o diabo! 
Quem é o anjo do abismo?
Quem tem todo poder nos céus e na terra?
Quem tem poder para vencer o dragão?
Quem desce do céu? 

Mais conclusões sobre este texto estão publicadas em minha página no Artigonal. Leia criteriosamente, examinando tudo e retendo o bem.

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