Ele está com cem anos de idade. Apesar de ser o último apóstolo vivo, isto não lhe rende honra alguma neste mundo. Não há helicóptero particular à sua espera, nem emissoras de rádio e TV a seu dispor. Seus títulos de honra não fulguram em paredes e corredores de mega templos. O imperador de Roma o detesta e o desterra para morrer solitário em uma ilha cheia de feras homens condenados.
As Igrejas das Ásia estão divididas. Algumas gozam prestígio ante os romanos enquanto outras sofrem severas perseguições. Aquelas que adaptaram-se à cultura pagã possuem a pax romana, mas as insurgentes são pilhadas e queimadas.
Em Patmos João aguarda a morte, mas Deus o arrebata para os céus. Ali, fora da linha do tempo, recebe revelações com palavras e visões além de sua compreensão. Necessita traduzir tudo o que vê na linguagem de seu tempo. Tudo o humilha, desde a primeira visão do Anjo transfigurado em Jesus até o Paraíso de Deus.
Quando volta está de mãos com um pequeno livro e uma grande responsabilidade: des-crever tudo oque viu e ouviu. Onde encontrará as palavras para traduzir sua experiência? Vai ao Antigo Testamento e empresta centenas de figuras dos profetas antigos. Faz uma re-leitura das profecias messiânicas e adapta a seu grego ruim. Encaminha seu manuscrito às Sete Igrejas Guardiãs do Apocalípse. Amém.
Agora estamos aqui, exaltados e soberbos. Deixamos a estrebaria e a manjedoura, caricaturamos a cruz e os mártires. Possuímos basílicas, catedrais, templos e toda uma parafernália cristã. Em nada nos fala o Apocalípse, pois mentimos a todos dizendo que a "revelação é para Israel" e não para a Igreja.
Discuta neste fórum: como compreenderemos as advertências a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia?
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| Imagem disponível em http://celulamaj2010.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html |
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