sábado, 23 de maio de 2015

A hora da tentação

Fazer a leitura das Revelações tem se tornado labiríntico atualmente. São muitas vozes falando ao mesmo tempo, e cada uma falando algo diferente da outra. "A hora da tentação é um hebraísmo", dizem de cá; "é um período probatório" – dizem de lá; "é só para os ímpios" - gritam outros; "é para todos" – respondem alguns. 

Qual seria a leitura neotestamentária deste texto? Seria a dos pré ou dos pós-tribulacionistas? Seria dos idealistas ou dos preteristas? Em companhia de quem faremos a leitura? Dos apóstolos e profetas ou dos teólogos heresiarcas? Faremos saída exegese ou odienta eisegese? 

Ousemos pensar: A profecia está dentro de um contexto histórico específico. A igreja de Filadélfia está passando por tribulações nas mãos dos judeus. Estes são pedras de tropeço para o evangelho do primeiro século, mas os filadelfos resistem com fidelidade ao canto da sereia do legalismo. Assim, Cristo promete guardar os fiéis de caírem em tentações subsequentes que hão de vir. 

Estas tentações se tornaram freqüentes na história da cristandade e podemos até mesmo afirmar que no tempo que coincide com o fim, o ministério messiânico de Jesus alcançará o zênite, o píncaro da glória criacional. Todo o trabalho iniciado no Gênesis acabará na Revelação. Virá o sétimo dia, o descanso de todas as obras. Terão sido vencidos todos os adversários, não somente do primeiro, como de todos os séculos:

a. Os docetistas, os quais afirmavam que o  corpo humano de Jesus não passava de fantasma; que os sofrimentos e morte eram meras aparências. (Ou sofria e então não podia ser Deus, ou era verdadeiramente Deus e então não podia sofrer).
b. Os gnósticos sírios, que diziam ser Cristo um dos sete anjos;
c. Os gnósticos egípcios, que diziam ser Cristo uma emanação da Mente primogênita;
d. Os gnósticos judeus, que diziam ter Cristo recebido o Espírito no batismo e perdido na cruz;  
e. Os marcionitas, que negavam ser Cristo filho do Deus vetero-testamentário;
f. Os monarquistas patripassianos, que diziam ser Cristo o próprio Pai morrendo na cruz;
g. Os monarquistas sabelianos, que afirmavam serem Pai, Filho e Espírito Santo a mesma pessoa com nomes cronológicos diferentes;
h. Os arianos, que negaram a divindade de Cristo;
i. Os apolinaristas, que afirmavam ter a divindade supremacia sobre a humanidade de Jesus;
j. Os nestorianos, que fundiam as duas naturezas de Jesus em uma, surgindo um Cristo híbrido, nem Deus - nem homem.
k. Os eutiquianistas, que afirmavam ter Cristo somente uma natureza após a encarnação. Ele tornou-se Deus humanizado.
l. Os liberalistas, que ensinam ser Cristo uma personagem mítica, idealizada pela cristrandade em torno do Jesus histórico. 

Quantas outras tentações de anticristos vão se levantar, não sabemos. Estas já foram vencidas. O Evangelho prevalece sobre a Heresia, Cristo sobre Satanás e a Igreja sobre o Inferno. A batalha iniciada no Édem terminará no Armagedom, tendo a serpente sua cabeça esmagada debaixo de nossos pés [Rm 16.20].

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ame as Pessoas

Ame as Pessoas
Siga em frente

Postagens populares